10) O mito das três raças
Conforme à função do mito na educação das crianças já estabelecida por Sócrates anteriormente, ele conta um mito cuja função é fazer as crianças entenderem desde cedo a natureza da constituição da cidade e a necessidade de cada um conformar-se à sua função natural para que a cidade fique saudável. Segundo o mito, os seres humanos foram forjados no interior da terra e com terra foram moldados pelo deus, mas o deus acrescentou ouro, prata ou ferro/bronze à terra para constituir a alma dos homens; o ouro, que é menos abundante a um número menor de indivíduos e a maioria constitui-se do metal mais abundante, o ferro e o bronze. Aos que possuem ouro na alma, deu a função de governar, aos que possuem prata a função de auxiliar os governantes como guardiões da cidade e aos que tivesse ferro ou bronze na alma seriam artesãos ou lavradores. Cabe ressaltar que esta divisão não é, em princípio uma divisão sócio-econômica, pois teoricamente todos os cidadãos são iguais em direitos econômicos e sociais e vivem todos frugalmente, quer dizer, os que tem ouro na alma não devem ter privilégios econômicos; trata-se de uma divisão natural, é o nascimento que reserva para uns uma função, para outros, outra; desobedecer à natureza é pôr a cidade em risco.
11) A não hereditariedade do poder.
Depois que os seres humanos foram forjados pelo deus, eles naturalmente passaram a procriar por meio das relações sexuais. Naturalmente, um indivíduo com ouro na alma tenderia a ter filhos semelhantes a si e o mesmo vale para os outros; mas isso não é necessário, pode ser que um homem de ouro tenha filhos de prata ou ferro e vice-versa. São os governantes os responsáveis por assistir à educação dos jovens e descobrir qual a constituição de cada um(se de ouro, prata, ferro ou bronze), disso depende também a sobrevivência da cidade, pois se ela for defendida por guardiões de ferro ou bronze (isto é por guardiões não aptos), será destruída. Sendo assim, o poder não é hereditário, o filho de um governante não é necessariamente talhado para governar e um filho de artesãos ou lavradores pode ter a inclinação natural para ser governante.
12-13) A vida dos guardiões
Reforçando o que se disse a respeito das três classes, os indivíduos com ouro ou prata na alma não deveriam considerar sua posição como um privilégio e sim como um dever a cumprir para com a cidade. Sócrates imagina que certas regras devem ser estabelecidas na cidade quanto à vida dos guardiões para que eles desempenhem bem sua função. Como eles não exercem atividade produtiva, seriam sustentados pela cidade recebendo um salário para o exercício da função. Mas como em tudo o mais, esse salário deveria obedecer o critério da moderação e da simplicidade; deveria se constituir de condições básicas para que os governantes tivessem uma vida tranqüila, mas sem luxos. Assim, eles deveriam receber da cidade uma alimentação simples, sem sofisticação e apenas o necessário, não deveriam possuir bens exceto os de uso pessoal (como roupas e e sapatos) ; também não poderiam ter propriedades nem mesmo para habitação, uma vez que teriam todos uma habitação comum e fariam refeições em comum, finalmente, seriam proibidos de negociar com dinheiro. Todas essas medidas eram para evitar que o guardião utilizasse sua posição para obter privilégios e assim, ao invés de ajudar seus concidadãos, os oprimiria.
Conforme à função do mito na educação das crianças já estabelecida por Sócrates anteriormente, ele conta um mito cuja função é fazer as crianças entenderem desde cedo a natureza da constituição da cidade e a necessidade de cada um conformar-se à sua função natural para que a cidade fique saudável. Segundo o mito, os seres humanos foram forjados no interior da terra e com terra foram moldados pelo deus, mas o deus acrescentou ouro, prata ou ferro/bronze à terra para constituir a alma dos homens; o ouro, que é menos abundante a um número menor de indivíduos e a maioria constitui-se do metal mais abundante, o ferro e o bronze. Aos que possuem ouro na alma, deu a função de governar, aos que possuem prata a função de auxiliar os governantes como guardiões da cidade e aos que tivesse ferro ou bronze na alma seriam artesãos ou lavradores. Cabe ressaltar que esta divisão não é, em princípio uma divisão sócio-econômica, pois teoricamente todos os cidadãos são iguais em direitos econômicos e sociais e vivem todos frugalmente, quer dizer, os que tem ouro na alma não devem ter privilégios econômicos; trata-se de uma divisão natural, é o nascimento que reserva para uns uma função, para outros, outra; desobedecer à natureza é pôr a cidade em risco.
11) A não hereditariedade do poder.
Depois que os seres humanos foram forjados pelo deus, eles naturalmente passaram a procriar por meio das relações sexuais. Naturalmente, um indivíduo com ouro na alma tenderia a ter filhos semelhantes a si e o mesmo vale para os outros; mas isso não é necessário, pode ser que um homem de ouro tenha filhos de prata ou ferro e vice-versa. São os governantes os responsáveis por assistir à educação dos jovens e descobrir qual a constituição de cada um(se de ouro, prata, ferro ou bronze), disso depende também a sobrevivência da cidade, pois se ela for defendida por guardiões de ferro ou bronze (isto é por guardiões não aptos), será destruída. Sendo assim, o poder não é hereditário, o filho de um governante não é necessariamente talhado para governar e um filho de artesãos ou lavradores pode ter a inclinação natural para ser governante.
12-13) A vida dos guardiões
Reforçando o que se disse a respeito das três classes, os indivíduos com ouro ou prata na alma não deveriam considerar sua posição como um privilégio e sim como um dever a cumprir para com a cidade. Sócrates imagina que certas regras devem ser estabelecidas na cidade quanto à vida dos guardiões para que eles desempenhem bem sua função. Como eles não exercem atividade produtiva, seriam sustentados pela cidade recebendo um salário para o exercício da função. Mas como em tudo o mais, esse salário deveria obedecer o critério da moderação e da simplicidade; deveria se constituir de condições básicas para que os governantes tivessem uma vida tranqüila, mas sem luxos. Assim, eles deveriam receber da cidade uma alimentação simples, sem sofisticação e apenas o necessário, não deveriam possuir bens exceto os de uso pessoal (como roupas e e sapatos) ; também não poderiam ter propriedades nem mesmo para habitação, uma vez que teriam todos uma habitação comum e fariam refeições em comum, finalmente, seriam proibidos de negociar com dinheiro. Todas essas medidas eram para evitar que o guardião utilizasse sua posição para obter privilégios e assim, ao invés de ajudar seus concidadãos, os oprimiria.